O tempo, o vento. O Semelhante.



 
          Vejo a esmaecida névoa extinguir-se sob o sol forte, e mesmo, ele não se revelava diante de tão tênue, mas, espessa neblina.

Em cada um, o abismo habitando por detrás das retinas. Oculta o semelhante...

Estão todos sós na multidão e nas profundezas de suas almas os ecos se vão.  Somente retornando quando elas partem para sempre.

Fica a lembrança, do que eram, como eram, o quê fizeram. O que diziam o que pensavam o que escreveram o que poderiam ter feito e não fizeram. A partir dessa hora, o vazio jaz preenchido e todas as pessoas por terem um dia existido por fim estão completas.

O precipício que nos arrebatava, devolve tudo que mantinha guardado de nós àqueles que ficaram e em escambo por um corpo que no limbo se desfaz, deixa a saudade.

Com o tempo, tudo submerge no esquecimento, em impenetrável e espessa bruma cíclica, que nem mesmo o sol, lhe sucumbirá ou a fará desvanecer.

O oculto se eternizará oculto.
 
 
 
 
 
 
Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 21/05/2013
Código do texto: T4301977
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