Futuro

Algo tira-me o sono e atormenta-me, esse algo se chama: Futuro. Não sei o que será dele, não sei o que será de mim. Mas também sei que ele estar por vir e não terá tempo para avisar e assim deixar-me sem casa, sem rumo, sem tumulo, ou melhor, apenas com um tumulo frio e lacrado. Nesse futuro não me encontro de forma alguma, ele é tão assustador quanto os piores monstros dos piores filmes de terror existentes até hoje. Os textos já não são mais grandes agora são pequenos, pois tornei-me pequeno, tornei-me algo que sempre fui. Ninguém sabe sobre mim. Eles não sabem sobre mim, ninguém sabe sobre mim, nem mesmo eu sei sobre mim e sobre quem eu sou; apesar de ser muito melodrama para um só texto que será pequeno como eu pode ser o que sinto, mas também pode ser o que almejo. Desejei por longo tempo ser o caçador e não a presa, hoje sou a presa e não mais o caçador. Penso e dispenso, mas a despensa ainda continua vazia.

Quando alcançar a maior idade darei uma festa, mas ninguém será convidado, apenas a solidão. Eu e minha solidão que por hora não é tão ruim, até gozo de alegria com ela e isso me faz bem, faz com que eu consiga tudo o que sempre quis, mesmo sem ter tais coisas. Não me importo com o que sinto, mas as vezes sinto vontade de não sentir tais coisas. Ninguém sabe sobre mim pois meus segredos são muito bem escondidos, mesmo aqueles segredos que me machucam assim como os cortes que tenho o maior cuidado de esconder para que ninguém os veja; não é meu dever explicar os motivos deles e de ninguém saber sobre mim, apenas eu tenho uma ideia distante sobre mim, mas tão distante que não consigo a enxergar. São tantos erros e tantas promessas que fico enjoado só de pensar em como será o futuro, o meu futuro, em residencia própria ou alugada, pouco me importa. Não terei um ataque cardíaco, mas saberei que meu coração bate acelerado e fora do ritmo comum.

Darei uma festa e nela haverá meus vinhos, meus cigarros e minha solidão e eu mesmo é claro, apenas nós a sós, será privada, mas deixarei a tristeza entrar e a nostalgia fazer hospedagem no albergue do meu ser. Eles já começaram a fazer seu devido efeito e me deixar impotente, mas vencerei essa batalha e findarei essa guerra com uma bomba nuclear que matará todos a minha volta. Não tenho mais o ódio gratuito que há tempos atrás tinha, alguém que amo o tirou de mim, me regozijo por isso, mas confesso que adorava a sensação de ter em mente toda as ideia de como matar as pessoas de formas diferentes e brutalmente dolorosas. Não sou psicopata ou nada do tipo, apenas tenho ódio.

Trago algo em minhas costas talvez da vida que vivi ou do que não pude viver por motivos óbvios. Não falarei sobre ele, ele não é merecedor de estar em um texto meu, texto que é pequeno como eu. Mas as conversas eram embaraçosas e nunca sabia as palavras certas a usar, mas o que tinha a dizer disse a ti e espero que não se comova, mas explique-me teus motivos. Apenas explique teus motivos e dei-me tuas desculpas forjadas que não me convencem mais de coisa alguma.

A verdade sempre assustou a mim e a todos, mas a ânsia em ouvi-la sempre foi maior que qualquer coisa e gente alguma poderá entender isso algum dia e caso entenda será egoísta o bastante para não compartilhar tal informação.

David Alex
Enviado por David Alex em 25/05/2013
Código do texto: T4309084
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