ELOGIOS

Tudo o que há de bom em meu coração quero compartilhar.

Emoções nos mais diferentes graus de complexidade, amizade, paixão, amor.

Verbalizando, escrevendo, desenhando, seja como for.

Sinto a necessidade de expressar as melhores ideias, pensamentos e planos.

Como poderia economizar palavras e gestos diante de tanta admiração e paixão por todas as pessoas que são importantes em minha vida? Não quero deixar tudo isso simplesmente guardado num caderno ou em pedaços de papel, para depois convenientemente tê-los junto de mim, principalmente, nos instantes em que a memória vier a falhar.

Além disso, se no futuro ficar desprovido de razão ou sanidade que garantias eu tenho de que alguém encontrará essas anotações e, por ventura, as fará chegar às mãos dos destinatários corretos? Fico aqui imaginando... Risco maior seria enlouquecer e começar a lançar indiscriminadamente palavras sem sentido ao vento, que jamais encontrariam abrigo nos ouvidos e nos corações dos indivíduos que eu tanto gosto.

Mas na verdade não sei o que é pior: esquecer-me dos papéis, perder as folhas guardadas, transformadas em páginas amarelas, rasgadas, consumidas pelo pó e devoradas pelas traças; ou conviver com a culpa de não compartilhar os afetos com as pessoas certas, nos momentos mais apropriados, diante uma vida inteira.

A partir de hoje, me recuso a perder a oportunidade de fazer elogios para todas as pessoas que amo. E para que conheçam meu contentamento e veneração farei grande esforço para o reconhecimento das qualidades, da grandiosidade, da beleza existente em cada uma delas. Quero com isso brindar à vida e celebrar as alegrias que ela nos proporciona.

Cristiano Stolf, Assis 29/05/2013