Transformação



Somos um pouco hipócritas se achamos que podemos mudar realmente o mundo, sem mudarmos a nós mesmos. Conseguiremos mudanças, mas serão temporárias, estaremos apenas trocando de mãos o poder, e com o tempo, porque somos os mesmos, tudo volta ao que antes era.
 
Agora a transformação de nós mesmos começa por nós mesmos, e começa com exercício do livre direito de reivindicar, de cobrar, de expor nossa revolta, de buscar algo de novo, no velho que nos enche de mofo e poeira. Valeu juventude, a transformação de cada um de nós tem início pelo direito livre da livre reivindicação, começa pelo exercício da soberania de nossa sociedade sobre o estado que deve a sociedade sua existência. Parabéns juventude, mãos a obra e coragem para a transformação individual pela ousadia, pela retirada de nosso estado de inércia estapafúrdia, pela busca, pela luta, pela coragem, pela vontade e pela construção de pequenas transformações que simbioticamente interagirão entre o interno e o externo, entre o que sou e o que a sociedade é, entre o que desejo para mim, e o que a sociedade plural e humana deseja para todos, e em crescente recursividade nos dará a oportunidade de ser diferentes, de realizar diferente, e de criar uma sociedade diferente. Somos um povo marcado pela nossa incapacidade de fazer acontecer qualquer revolta, sempre o estado transformou e fez parecer que era o povo. A juventude, ainda sem muita experiência, cometendo os erros naturais de quem esta aprendendo a se expressar e a reivindicar de vontade, está assim de parabéns...
 
Quase me sinto ofendido quando ouço que estamos errados por lutar contra as desigualdades, pois eles falaciosamente falam das desigualdades como se estivessem falando dos desiguais. Lutemos sim contra as desigualdades, não contra os desiguais. Somos múltiplos e desiguais, que ótimo que assim o seja, é na diferença, é na variação e no certo atrito entre eles que surgem as ideias salvadoras, que surgem os caminhos para manter os desiguais, sem desigualdades sociais, financeiras, ou educacionais. É na pluralidade e é nas diferenças que a sociedade ganha força. Lutamos contra as desigualdades e não contra os desiguais, que mal intencionados tentam nos fazer confundir. E para terminar devo lembrar que as transformações não são feitas pelos idealistas, e sim pelos realistas, pelos que agem, pelos aventureiros, pelos que caminham na frente, e não pelos que filosofam, é conseguida pelos que lutam e não somente por aqueles que se escondem sob a máscara de pensadores. É a ação que leva a transformação. É a experiência que leva a perfeição, e é a coragem que da força a nossa humana humanidade.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 18/06/2013
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