Margem

O sentimento de estar sozinho, mesmo estando em uma multidão. É difícil de se descrever para quem não o sente. É o unido separado.

Se sentir como um observador, olhar para si mesmo em terceira pessoa.

Sempre na margem, sempre às beiradas.

Ver o que os outros olhos não vêem, sentir o que os outros não sentem e sequer conhecem. E, o pior de tudo, não ter uma alma viva para repartir o que se viu.

Quando mais se conhece sobre o mundo, mais se tem medo dele. E os outros não conhecem sua história, são todos marinheiros de um bote furado. Afogando em suas mágoas, inventando o tempo para dizer que nunca há tempo. Pagando suas contas infinitas, cada um sobrevivendo cercado por seu escudo protetor.

Não se respeitam, não se igualam. Mesmo sendo todos iguais. Se matam por ideais muitas vezes desconhecidos pelos próprios assassinos. Mesmo sendo iguais às suas vítimas.

Declaramos guerra pelo simples prazer de se declarar guerra. O dinheiro está até dentro das igrejas, mesmo sendo pregado que dele se origina todo o mal. Vá entender!

Me vejo longe da correnteza do rio, longe da multidão que me cerca. Por ser igual à todos, mas ao mesmo tempo ser tão singular.

Emily Soares
Enviado por Emily Soares em 28/06/2013
Código do texto: T4362827
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