Deixo-me

E o poeta num súbito respirar perdeu a inspiração!

Deixo nessas linhas tudo e nada de mim. Meu eu, meu ninguém. Meu amor e ódio. Minha confusão. Deixo aqui amigos, vida, fé e um grande amor, e que fiquem intactos para que todos possam ler minha história.

Deixo-me com uma dor visceral, assim como um verme que corrói a carne semimorta, prestes a desmanchar. Deixo-me com a pouca experiência de quem pensou que um dia pudesse fazer de sua vida um roteiro de novela. Deixo-me como a alma deixa o corpo ante a morte. Como o coração deixa de viver após uma decepção. Deixo-me na incerteza de um amanhã melhor. Mas deixo-me.

Então, chega a hora do último poetar. E a luz de meus olhos se finda como sol se pondo no horizonte. Acabo por aqui o que um dia pensei ser para sempre. E a vida continua, para mim, não mais aqui... Quem sabe depois da morte.

Ana Luísa Ricardo_1
Enviado por Ana Luísa Ricardo_1 em 06/07/2013
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