O dia da mudança ...

Sabe aqueles dias que antecedem uma mudança de casa? É uma bagunça ... é preciso, separar, encaixotar, catalogar e depois limpar ... dá muito trabalho!

Durante a arrumação, você encontra uma caixa escondida no fundo de um armário ... lá estão fotos antigas, aquelas de quando era criança, de viagens, festas, com amigos , as da sua lua de mel, outras de entes queridos que se foram. Que sensação deliciosa! Você se enche de emoção, lágrimas começam a cair , o coração até palpita ... logo você pensa: "Nossa! Que momentos incríveis!", "Como queria voltar no tempo ...", "Eu era tão magra(o)!", "Que roupas bizarras, mas estavam na última moda!", "Que saudade ..."

Então, tem a certeza de que não há como abrir mão dessa caixa e arranja um lugar para ela em uma caixa catalogada como "coisas essenciais".

A arrumação continua ... lá dentro do guarda-roupa, você acha aquela camiseta surrada, manchada, aquela bermuda jeans esgarçada de tanto uso e até aquela calça que já tem a forma do seu corpo, praticamente anda sozinha ... aí você pensa: "Nossa! Estão tão velhinhas e gastas, mas eu gosto tanto ...", "Tantos momentos que vivi com elas ..."

Então, mesmo sabendo que não são apropriadas, você decide guardá-las e continuar usando, essas vão para a caixa de "para o dia-a-dia".

Por fim, depois de tudo devidamente distribuído, cada coisa importante e indispensável separada, você se depara com um monte de coisas inúteis ... aquele vaso trincado que estava embalado no fundo da estante e que não jogou fora, pois sua tia lhe deu ... um guarda-chuva amassado e quebrado, uma enciclopédia antiga, empoeirada, comida pelas traças, que, atualmente não tem serventia ... fora os sapatos velhos, aquele chinelo que o cachorro comeu, revistas e cadernos velhos, roupas que não cabem mais ... então você pensa: "Meu Deus! Quanta coisa inútil!", "Como fui guardar isso!", "Não acredito que isso ainda existe ..."

Então, tendo a certeza de que, tudo aquilo, já não tem mais utilidade, você as coloca na caixa com a etiqueta "para o lixo".

É possível fazer uma analogia entre a mudança de casa com a mudança de nós mesmos, é muito mais difícil, pois não estamos falando de coisas materiais, tangíveis e visíveis, e sim de atitudes, sentimentos, comportamentos, pensamentos automáticos, hábitos e ações cotidianas ...

Quando decidimos mudar, é preciso fazer uma "faxina mental" ...

Primeiramente, assim como na mudança de uma casa, é preciso separar, encaixotar, catalogar e por fim limpar ...

Você vai se deparar com muitas coisas boas, que fazem bem para você e para os que o cercam, te acrescentam, te fazem crescer, enfim ... fazem parte de você e, assim como aquela caixa de fotos antigas, são indispensáveis e essências, não podem ser mudadas e nem descartadas.

Depois, você vai esbarrar naqueles maus hábitos, costumes, manias, certos comportamentos que já fazem parte de você, assim como aquelas roupas antigas, pelas quais você tem um grande apreço. Só as pessoas que convivem com você e te conhecem muito bem, poderão ver você com essas roupas e também ter acesso a seus deslizes ... mas, esses defeitos também fazem parte de você, por mais que saiba que poderiam não existir, que até incomodam a você e aos outros, também são os que te diferenciam dos demais, que te caracterizam, que te fazem ser único, então você pode aceitá-los e as pessoas que gostam de você, também aceitarão ...

Por fim, você vai descobrir que há várias coisas ruins, inapropriadas, defeituosas, assim como as coisas que sobraram na arrumação da casa, coisas inúteis, que não trazem benefício algum ... mas, ao contrário dos objetos velhos, não é fácil descartar suas imperfeições, simplesmente catalogá-las como lixo, encaixotá-las e jogá-las fora.

Haja desprendimento, força de vontade, paciência ... a mudança deve ser muito profunda, ela deverá partir do pensamento. Acredito que o comportamento é reflexo do pensamento, logo, se pensarmos diferente, automaticamente, agiremos diferente.

Mudar de atitude é uma trabalho árduo e contínuo ... diria até condicionante ... não pensar para não agir, ou pensar antes de agir ... refletir, questionar ... a tarefa é solitária, incompartilhável ... só depende de você, exige autocontrole, foco, determinação e sobretudo, disciplina ... Então, arregacemos as mangas, respiremos fundo ... cabeça erguida vamos a luta! Mudar é preciso, mudar é possível ... hoje é o dia da mudança!

Sensibility
Enviado por Sensibility em 14/07/2013
Reeditado em 14/07/2013
Código do texto: T4386726
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