Sem Condições de Criar um Título

Para não ofender às vezes não digo nada.

Como demonstrar paixão pelo o que acredita virou encenação, prefiro deixar tudo em Off.

Tento sempre ser simples nas palavras. Para mim, escrever não é profissão, é libertação de mim mesmo.

Ando vomitando todo produto de marketing americano, ando vomitando musicas pops, filmes da Hollywood e marcas que são praticamente empurradas em mim guela abaixo todos os dias.

Escrevendo, não tenho a intenção de modificar nada. Ontem me perguntei o porquê de escrever tanto. –Não sei produzir belíssimas poesias com a simetria perfeita, não sei usar rimas necessárias para um bom desfecho. Quase sempre sou árduo, convexo, rupestre, ateísta. Quase sempre sou parasita, praga, camaleão, vírus, bactéria e humanoide.

Nunca fiz questão de parecer belo. Já que aprendi no meu livro de infância que: “O essencial é invisível aos olhos”. Não faço mais questão de ser baboseiras. – Ser genuíno e honesto me basta. Certamente não preciso de outras coisas.

A gente muda uma coisa aqui e outra ali, mas a gente sente igual. Seria o mesmo que trocar o “a gente” pelo “nós”. – A mesma coisa, mas um soa mais formal. Como não sou de formalidades uso o que melhor sair.

Ser sincero nem sempre é bom. Te faz ter poucos amigos, ou quase nenhum. Desde criança sempre tentei me encaixar dentro dos padrões, mas nunca deu muito certo. Sempre fui torto, esquisito, avoado, afeminado, flácido, tolo e até um pouco covarde. Sempre fui coração mole, sempre fui chorão, sempre quis ajudar, embora, me achem fechado pro mundo. Sempre tentei seguir uma religião, mas nunca deu certo. Nunca consegui terminar algo antes que eu me enjoasse completamente, nunca tive controles. Sempre usei e abusei de tudo. Jamais consegui ter certeza absoluta de algo. Apesar dos erros e dos nuncas. Consegui amar de verdade, claro que não poderia ser reciproco. Minha história não é novela, não tem um final feliz, mas eu amei. Amei desesperadamente, freneticamente, doentiamente. Amei até me estremecer completamente por dentro. Amei eternamente aquilo que era para ser rápido.

É engraçado, mas depois que se sente o amor, tudo começa a se encaixar. Mesmo que não tenha dado certo, fui feliz. Agora a pouco, estava olhando o seus perfis nas redes sociais. Olhei fixamente para os seus olhos e para o seu rosto que nem bonito é. Senti uma espécie de alivio, carinho, amor e ânsia. Te detesto com todas as minhas forças, mas te amo.

Amor é como Deus. Indefinível! Sentimento que ninguém consegue definir e entender, pois ainda não existe palavra. Nossa língua é falha.

É uma loucura ainda escrever sobre você. Faz anos que eu penso em você todos os dias. É horrível admitir para mim mesmo que te amei e te amo. Enquanto você tem outra vida, outro alguém e eu só sirvo para diversão. Depois de anos sem nos vermos, aquele dia você sentou ao meu lado, como se nada tivesse acontecido, tentou me beijar, me abraçou, mas depois sumiu. Ainda estou sem entender. E mesmo que eu morra de amores por você, mesmo que eu nunca mais me entregue de corpo e alma para outro alguém, mesmo que você ajoelhe aos meus pés. Sei que jamais teria algo com você de novo. Existem sim coisas imperdoáveis. Ainda não sou um espírito tão evoluído ao ponto de te perdoar e admitir que te amo, até porque para você eu não passo de uma grande brincadeira. Tenho vergonha de mim mesmo, vergonha por desperdiçar todo o meu amor com uma coisa tão insignificante que significa o meu mundo.

Tu sabes exatamente que mexes comigo. Minha família te odeia. Meus amigos também. Não entendo o porquê de não sentir o mesmo. Segui todas as regras; tenho saído, estudado muito, conheci novas pessoas, me relacionei com elas, ando aproveitando minha família, meus amigos, me concentrei em mim, cuidei um pouco do meu corpo, mas absolutamente nada me faz te esquecer. Nunca mais voltei aos nossos lugares preferidos, mas todas as noites eles são lembranças na minha mente. Sua voz, seu beijo, seu toque, suas caras e bocas, seus olhos verdes, sua insegurança, sua falta de caráter, sua dissimulação, sua infância, nossa infância. Tudo isso está dentro de mim, é muito paradoxal, mas eu te odeio tanto! Ah mas eu te amo tanto!

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 25/07/2013
Código do texto: T4403276
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