Culpa minha.

E eu queria ter dito tantas coisas, mas preferi o silêncio,

Eu lhe quis tomar nos braços e dizer que estava tudo bem,

Mas minha covardia venceu e prevaleceu a dor...

E eu quis lhe arrancar espinho por espinho,

Mas achei que seria melhor você tirá-los sozinho,

Valorizando assim cada ato de solidariedade alheia...

E por tantas vezes eu agi de maneira tão errônea,

Querendo decidir por fazer,

Te fazer entender pelo sofrimento,

E no entanto só o que fiz,

Foi afastar você de mim...

De fato talvez você tenha aprendido tudo sozinho,

E também por isto não vê motivos para ao menos me agradecer...

E tens razão...

Não estive ao teu lado na dor,

Não enxuguei tuas lágrimas,

Não fui consolo,

Não fui mansidão...

E então por qual motivo você veria necessidade de prevalecer ao meu lado?

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Penso que muitas vezes nos achamos sábios demais, ao ponto de atingirmos a "certeza e verdade absoluta", tratando sentimentos como fórmulas... Mas sentimentos são inexatos, sem proporção, sem dimensão... A cada dia que passa tenho aprendido a julgar menos e a ouvir mais. As verdades que pregava me soam falsas, e minhas opiniões foram invertidas. Perdi pessoas amadas por pensar que, "me aceite assim, sou assim, se quer bem, se não quer amém"... Não que tenhamos que mudar pelas pessoas, mas por nós mesmos... Ser certa demais, confiante demais, afasta pessoas que são "frágeis" demais, e é uma pena só ter aprendido isto, quando se perde alguém que se ama tanto.

Fernanda Pinheiro
Enviado por Fernanda Pinheiro em 25/07/2013
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