O dilema do escritor no dia do escritor

Tarde da noite

O escritor

Se senta em frente ao seu notebook

Coisa que faz por prazer e que há tanto tempo

Suas linhas tortas não tomam vida aqui na tela

É o que pensa ao escrever estas linhas

Disformes e sem sentido

Já são quase dez

Gotas de água escorrem pelo seu corpo

Sinal que ainda não aprendeu a se enxugar ao sair do banho

Em repouso

Ele olha para o teto e pensa em todo tipo de inferno que já experimentou

Nas tantas que enfrentou a morte cara a cara

Saindo rindo, vezes chorando, mas sempre de pé

Estar vivo aos trinta e poucos anos é um milagre

Olhando para lua parcialmente coberta por nuvens

Ele agradece por ter vida

Por viver intensamente

Já são quase dez

Vinte e cinco de Julho já esta quase no fim

O dia do escritor

Ate agora nenhum telegrama chegou

Nem elogios

Sucesso

Dinheiro ou fama

Já era de se esperar

Ele não vê outra alternativa

A não ser ri

De si mesmo!?

Pontuando pontos positivos e negativos

Fazer o que gosta é um privilegio

Ser reconhecido é um caso a parte

Mas tudo bem onde bundas e corpos esbeltos são sucessos nacionais

Merecedores de todas as curtidas, comentários e ibope

Neste país infelizmente literatura é coisa de nerd

Ou seria felizmente? Assombrado ele se pergunta.

O porque de tal pensamento?

Chegando a conclusão

Os tolos nunca decifrariam suas linhas tortas e disformes

Cheias de sentidos, sentimentos, metáforas e enigmas

Já são quase onze

O escritor ainda esta por aqui

Tentando encontrar palavras

Para se despedir

Então ele abrevia

Tchau!!!

E vai dormir

Feliz dia do escritor!

Que como o galo é sofredor

Mas um dia faz a alegria da massa...

Leonardo Moura
Enviado por Leonardo Moura em 25/07/2013
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T4404690
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