Porque houve um dia

É estranho pensar no quanto valorizamos algumas coisas pequenas demais, talvez nós que percebemos aquelas minusculas coisinhas no meio da cacofonia de eventos somos os que mais sofremos no final das contas. Nós, os que percebemos um brilho no olhar, ou o canto de um sorriso, que percebemos ainda como a sobrancelha arqueia enquanto um assunto esta sendo debatido dentro daquela cabecinha. Acho ainda que aqueles que conseguem visualizar essas pequenas frações de segundos são os mesmos que veem coisas que não existem quando olham a figura por inteiro.

Dar zoom em um detalhe te faz perder o todo.

Mas a imagem completa não é formada pelos pequenos detalhes? Um filme não é feito da soma de imagens completas? Não existe uma infinidade de números entre zero e um? Então porque escolher entre zoom in e zoom out?

Ta, mas qual é o ponto de toda essa reflexão estúpida e sem sentido? O único sobre o qual eu escrevo, amor.

Porque houve um dia em que você disse que ia ser diferente daquela vez, e seu sorriso se levantou bem no cantinho, e seus olhos brilharam de uma forma especial, e você levantou as sobrancelhas antes de dizer que seria diferente daquele dia em diante, e eu acreditei, me apeguei a esses detalhes pequenos com tanta força que me deixei levar, mas acontece que na figura sem zoom você não dizia isso não é mesmo?

Então eu digo que os olhos de dar zoom pertencem aos corações de sofrer e as mentes de iludir. Porque houve um dia em que você disse com os labios que "ia ser diferente a partir daquele momento, eternamente, que voce ia embora e não voltava mais" e eu ouvi apenas o "para sempre" nos detalhes

Sabrina Avila
Enviado por Sabrina Avila em 01/08/2013
Reeditado em 24/10/2013
Código do texto: T4415348
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