Palavra


Palavra, eco do pensamento, murmúrio do sofrimento, ruído do sentimento. Palavras, imagem que chega repleta de ideias,  representação do que pensamos, sentimos, sofremos ou mesmo daquilo que amamos ou odiamos.
 
Palavras são entes etéreos que vivificam emoções, são animais bravios que marcam presença por sua agudeza. Palavras podem ser caminhos, podem ser atalhos, podem ser barreiras, podem ser contornos ou desvios, podem nos levar ao humano, ou podem nos fazer desumanos.
 
A linguagem que eleva, é a mesma que destrói. As palavras são o cerne central de nossa expressão enquanto viventes. Palavras escritas ou faladas, palavras que o vento pode levar, palavras sorrateiras, que mais parecem murmúrios, mas que representam um pouco do que somos, palavras dinâmicas que nos levam de roldão, palavras eufóricas que convencem pela expressão, palavras nas quais nos perdemos ou nos achamos.
 
Palavras, arma e medicação, graça e destruição, louvor e sofrimento. Palavras que podem nada dizer, ou que podem o mundo transformar. Se soubéssemos a real força da palavra, preferiríamos nascer mudos. Somente a ação pode realmente transformar, mas somente a palavra pode angariar apoio ou desprezo, para unir ou separar, para iludir ou elucidar, para confundir ou esclarecer, para enganar ou convencer. Somente as palavras podem iluminar ou ofuscar, podem somar ou dividir, podem revolucionar ou “reacionar”.
 
Pequenas ou grandes, de ação ou de complemento, diretas ou predicativas, compondo frases ou soltas, as palavras são parte marcante do que realmente somos, pois que falar o que não soma, esclarece, ou engrandece o humano, falar para o que.
 
Letra por letra, silaba por silaba, as palavras ganham vida própria e sentidos diversos, que facilmente confundem, mais do que clarificam. Palavras que contaminam, que parecem se reproduzir, que se espalham com velocidade astronômica. Palavras que se sustentam por longos tempos, mesmo que verdadeiras não sendo. Palavras mentirosas, repetidas ao longo do tempo, parecem ganhar ares de verdade, e isto nos confunde. Palavras... Simplesmente palavras...

 
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 18/08/2013
Código do texto: T4440901
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