A mágica



A mágica que não existe, é mágica que encanta, é homem mágico que cega na saga do cego pela mágica que busca, é parte da irreal realidade que nos convence, que nos move em quase estase pela mágica que sequer mágica faz, que nos transforma porque no fundo a mágica transcende nosso poder e nos faz menos mortais.
Poetas da justiça, crentes na mágica, nos prostramos em círculos de mãos dadas. Mãos que acariciam, que abençoam, mas que também castigam os que a si próprio se castigam por não crer na mágica. Toda minha vida soletro o nome do paraíso, no poder teórico que mais mágica é do que parece. Arco íris dos céus, arco íris do demônio, arco-íris que nossa íris impacta, com ou sem arco.
Viajante no tempo, toda a minha vida me escondo na procura de meu lar. Mágica que distrai, mágica que me faz poderoso em um poder mágico que mágica é porque não pode mágica ser. Mágica do poder que não sendo mágica, nos cega e nos faz falsos cordeiros na ilusão de que a mágica está conosco, é por nós e nos faz mais humanos.
Versão estendida do porque, versão corrompida do como, versão perdida do para que, sendo versão mágica do quem.
A mágica do que não existe, existe como mágica, que não sendo, nos encanta, nos faz cegos ao que nos ilude, e nos ilude exatamente por que nos faz cegos ao que é.
 
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 17/09/2013
Reeditado em 17/09/2013
Código do texto: T4486385
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