Trem, Fidel e Revolução

Um homem com feição de revolucionário, vestido com uma barba um tanto densa, atrás de um óculos obsoleto e incluso num jeans ferrado.

Era outubro e chovia. Não sei pra onde e nem de onde ele vinha nesse pacato dia molhado. Mas sei que tinha em mãos a bibliografia de Fidel, o que achei curioso e, com isso, pus-me a investigá-lo. Pensei no que ele estaria pensando.

Então, um ambulante que comercializava CD´s piratas passou, com uma caixinha de som ligada no volume mais intenso.

Enfadado, o mini-Fidel levantou-se bruscamente e repreendeu de forma austera aquele homem que possivelmente gostaria de estar 'ganhando a vida' com mais dignidade.

O personagem principal proferia dizeres feito um revolucionário, um líder sedento por apoio público. Ele tentava persuadir outros passageiros, mas ninguém ousou apoiá-lo. Seja por receio, seja por discordância.

Confesso que nos segundos preambulares, quis apoiar o Fidel, porém, analisando mais 'humanamente' a conjuntura, cheguei a conclusão de que o moço dos CD´s era isento de culpa. Afinal, foi lhe oferecida alguma escolha?

As oportunidades não são iguais para todos. Esse é o sistema capitalista mal desempenhado no nosso País. Um sistema desigual, precário e insuficiente.

Bruna Maia
Enviado por Bruna Maia em 06/10/2013
Reeditado em 06/06/2018
Código do texto: T4513969
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