Pés de alface

A mim, ninguém engana, penso eu. Posso estar distraído e descalço em cima de delicados pés de alface, para que isso aconteça. Tenho dó de abutres, enquanto borboletas me beijam a face. Preocupado com trovões e relâmpados, com abelhas africanas, com o torpor dos dias. A minha agonia é menos violenta quando escrevo e preciso digitar palavra por palavra sublinhando as sílabas desconexas, quando me sinto entregue aos versos. Minh'alma calejada, clama por justiça. Meus dias por orações e nunca vingança. Esse não é o caminho que a alma da minha canoa navega. Entrego-me ao Pai, todos os dias e faço minha parte na lavoura e labuta ao próximo na intenção da mão estendida. Gosto de animais, de ajudar, de sentir-me útil perante às pessoas, a natureza e aos dias. As vezes no caminho chove e tem forte nevoeiro, intensa ventania. Fico quieto embaixo de uma frondosa árvore chamada "Vida"!... Aliás a única coisa que é única. Tentam me acertar no peito, erram o alvo...Vou remando contra à maré, preciso chegar à outra margem são e salvo.

Tony Bahi@.
 
Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 10/10/2013
Reeditado em 10/10/2013
Código do texto: T4519845
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