Contrariado eu fico

As vezes eu simplesmente acho, que eu não me acho.

E quando em algum canto que procuro, eu meio que me escondo,

E nas perguntas que busco resposta, reflito e cato, e sempre calo.

Ouço palavras, pelos caminhos de casa, gritos, barulho, que me deixam surdo.

Vejo os sorrisos nas faces, o anúncio de um choro, a gargalhada espontânea, o lamento dos outros.

Meu telefone ta cortado, e sem cordas meu violão,

Minha faca cega na cozinha, a mola enferrujada do colchão.

Decoro a sala com um livro de um poema decorado,

Fecho a porta de mim mesmo, quando ainda ninguém foi convidado.

E por outro lado eu queria que alguém tocasse a campainha,

mas eu não convido e eles também não se convidam.

E no meu canto eu me calo feito grilo,

E já não há mais cri cri, quando se verde é percebido.

Assim contrariado eu fico,

Um tanto calado,

Um pouco tímido.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 02/12/2013
Reeditado em 17/12/2013
Código do texto: T4596233
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