Contrariado eu fico
As vezes eu simplesmente acho, que eu não me acho.
E quando em algum canto que procuro, eu meio que me escondo,
E nas perguntas que busco resposta, reflito e cato, e sempre calo.
Ouço palavras, pelos caminhos de casa, gritos, barulho, que me deixam surdo.
Vejo os sorrisos nas faces, o anúncio de um choro, a gargalhada espontânea, o lamento dos outros.
Meu telefone ta cortado, e sem cordas meu violão,
Minha faca cega na cozinha, a mola enferrujada do colchão.
Decoro a sala com um livro de um poema decorado,
Fecho a porta de mim mesmo, quando ainda ninguém foi convidado.
E por outro lado eu queria que alguém tocasse a campainha,
mas eu não convido e eles também não se convidam.
E no meu canto eu me calo feito grilo,
E já não há mais cri cri, quando se verde é percebido.
Assim contrariado eu fico,
Um tanto calado,
Um pouco tímido.