Devaneios da madrugada

Suposições. Nelas são baseadas os meus sonhos, aspirações desejos, minha vida. Vida um termo um tanto errôneo, penso as vezes que não possuo uma vida, nem sequer desejo uma. Fui jogada nesse antro de perversidade que é o mundo contra minha própria vontade. Mas aceito calada o que me espera medos, traições, tristezas, tudo o que há de frio e vazio. Entretanto há algo que me anima e é a complacência, não sei se é o meu desejo de atenção ou algo do tipo, mas há algo na complacência humana que me anima o simples fato de alguém sentir pena ou compaixão por mim me deixa atordoada. A casualidade com que faz alguém ser complacente comigo é o simples fato de eu existir, os olhares, os toques, as palavras doces que me enojam são ofuscadas quando alguém se mostra complacente comigo.

Não sei se é apenas mais um sintoma de minha sociopatia, ou meu cego desejo de estar sempre correta. Cada momento, cada hora parece me engolir dramaticamente em um caleidoscópio infernal, mas nada disso deixa de ser tão magnificamente deslumbrante quando uma tênue faísca de complacência se mostra presente.

A ironia está enroscada em cada entranha de meu ser. É mais uma defesa do que um ataque, e há breves momentos em que me sinto um tanto quanto malvada quando utilizo de tal artificio para me esconder de meus medos sociais.

Com certeza caro leitor, deve estar se perguntando: “What the hell is it ??” Não se preocupe se não compreender sequer uma sentença do que foi dito acima, essas breves e tolas palavras não passam de devaneios da madrugada.