O HOMEM INÚTIL

Me encontro nos pensamentos. Aí, neles me perco. Penso em tanta coisa. O pensamento por vezes me parece mais forte que a realidade. Há nele a possibilidade de controle, um controle que depende só de nós. Embora, na prática, seja mais fácil enganar e controlar as outras pessoas do que controlar o próprio pensamento. Findo esse raciocínio sem sucesso. Penso em outras coisas. No mundo físico. Nos sonhos. Em Deus. Sobre a criação e a destruição. Sobre conceitos velhos e novos. Sobre o sentido da vida e da morte. Me pergunto de onde os sonhos vem, e ainda pra onde eles vão. Acordo e me sinto ridículo por não saber pregar um prego. Por isso, toda vez que alguém ousar me chamar de inútil. Ousadamente concordarei. Para todas as coisas em que o homem tem de ser útil, na opinião da maioria dos homens, sou inútil. E assim, termino mais algumas linhas, fumos mais alguns cigarros e talvez beba alguns goles de vinho. No título, eu. Perdidos, todos nós

Lucas Esteves
Enviado por Lucas Esteves em 05/02/2014
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