Retrato do Brasil x Como mudar

Sobre a estupidez postada no Facebook por uma professora universitária (!), formadora de opinião, responsável pela formação de profissionais (leiam: http://extra.globo.com/noticias/educacao/vida-de-calouro/professores-universitarios-ironizam-foto-de-passageiro-em-aeroporto-11526064.html ), só se pode concluir que esse país nunca será um bom lugar para se viver. Isso, porque vivemos ainda no esquema senzala - casa grande.

A desigualdade social que a elite insiste em manter, talvez muito por conta do abismo cultural (que, admito, incomoda), só irá nos afundar cada vez mais.

Li, há pouco tempo, um texto escrito por Daniel Duclos, um brasileiro residente na Holanda, que descreve um mundo encantado, real, onde médicos e garis convivem, se respeitam e se tratam de igual para igual. Neste mundo maravilhoso, não há desnível cultural, nem salarial. Ninguém é considerado inferior e nem superior.

Pasmem, esse mundo encantado existe. (Leiam: http://blog.daniduc.net/2009/09/14/da-relacao-direta-entre-ter-de-limpar-seu-banheiro-voce-mesmo-e-poder-abrir-sem-medo-um-mac-book-no-onibus/ ).

Seria possível construirmos um Brasil assim?

Segundo nosso compatriota, na Holanda é raro alguém pagar para um profissional fazer faxina nas residências. Daí, pensamos, também, na falta de tempo. Ok! Mais um ponto para os europeus: lá, a jornada de trabalho não é escravizante como a daqui. Assim, sobra tempo para tudo - lazer, trabalho e afazeres domésticos.

Um mundo perfeito.

Penso: "se esse mundo perfeito existe, em algum lugar, por que raios não podemos fazer disso daqui um lugar melhor para se viver?".

Primeiro: será preciso que a elite deixe de ser acomodada e aceite que "limpar seu próprio bumbum" não é o fim do mundo!

Segundo: será preciso elevar o nível cultural da massa

Terceiro: será preciso que a elite mimada perca o medinho patético de "não ter mais mordomias"

Quarto: será preciso pensar como um todo, ou seja, ligar o "modo holístico"

Quinto: sofreremos um pouco, but...

Nossos filhos e netos não se matarão por causa de uma fechada no trânsito ou numa balbúrdia disfarçada de "protesto". Saberemos escolher nossos governantes, da mesma forma que saberemos cobrar, caso eles não correspondam às expectativas.

Claro, isso tudo terá que começar, sim, nas escolas. "Ah Mais do mesmo, sempre a mesma tecla! A tal da educação". SIM! Será por aí que semearemos algo de bom na cabeça dos futuros cidadãos. Mas, para isso, será preciso incomodar muita gente interessada apenas na proliferação de uma massa ignorante, consumista e de cabeça totalmente oca, que vota em qualquer um e sustenta políticos, mídia e judiciário corruptos. Melhor começarmos com as próprias mãos, porque não se pode esperar que o governo abra os olhos dos próprios escravos, certo? Se o povo acordar, quem irá sustentar toda essa gente inútil, esses reles sugadores de sangue? Com pouco, podemos fazer muito. Podemos abrir mentes. Podemos construir um futuro. Porque, do jeito que estamos, a ruína não está distante, não.

É isso, senhores. Missão dada é mesmo missão cumprida? Quem topa?

Fernanda Bess
Enviado por Fernanda Bess em 07/02/2014
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