" A sina do sábio..."

"Acho que a maior sina de alguém que conhece muito sobre liberdade, ajuda os outros e sabe aconselhar, conversar sobre tudo, é ser preso em si próprio por seus próprios pensamentos, não conseguir se ajudar como idealiza que pode fazer nos outros, e ainda perceber tudo isto.

Chega um momento, penso eu, que na cabeça de uma pessoa assim, ela se degladia tanto com suas próprias crenças, discursos, e seu próprio eu, que numa tentativa de fugir de sua própria responsabilidade sobre si - de seu próprio feito sobre seu próprio sorriso - ela começa a espelhar as respostas de suas perguntas nos outros... Desde sempre o outro foi nosso parâmetro...

Nem os sábios sabem se são loucos, ou se são sábios, quando confrontados com os pensamentos que originam suas respostas. Perante a isto tem duas opções: Ou se conformam que nunca saberão tudo, e vivem de uma maneira menos penosa por parte de seus pensamentos acerca de si, usando o que sabe de uma maneira menos objetiva, mas proveitosa por outras óticas do que conhece; ou viram almas sedentas por conhecimento, acreditando que quanto mais saber, mais livre será, e mesmo sabendo disto, ignorando o fato de que quanto mais se sabe, mais perguntas se fazem [justamente por nunca conseguirmos saber de tudo]....

Ambos, no fundo, estão presos de maneiras diferentes, mas iguais, e mesmo podendo ser moralistas perante muitos valores, sabem disto - o que causa dor e ilusões.

Jamais conheceremos tudo, principalmente sobre nos mesmos, os tempos mudam, e nós também. "