Havia um homem.

Havia um homem sem fé e esperança, sem dor e magoa, sem destino e lembranças.

Havia um homem sem identidade e sanidade, seus versos tão poucos e loucos...

Sem ternura, sem aflição, fora dito quando nascerá... Tão poucos argumentos...

O sol brilhará no dia do teu nascimento, a ternura de sua mãe em teu leito... A pureza fraternal. Tragédia lasciva humana... Havia um homem sobre suas mãos a responsabilidade por seu destino... Por teus pesadelos, temores e a mais depressível de todas as maldições “o dinheiro”... Ele andou na chuva, na neve, e no sol... Simplesmente havia um homem, tão pouco importa. E seus olhos lamentaram aquelas duras lembranças do leito, do peito... Um homem sem vida, sem moradia, simplesmente um homem... Seus medos e receios sacramentados e registrados. RG? Identidade? O homem olhou para sua foto se sentiu envergonhado não por sua existência, mas por simplesmente ser mais um, ele olhou para cima olhou para o céu é abriu os braços a chuva caiu como navalhas. O sol sorriu e se deleitou se esbaldou. A cima das nuvens abaixo da terra, nada é nosso nada além do ar que aspiramos nada que se possa orgulhar, dinheiro? Nada além das cadeias de montanhas aonde as aves voam sem ansiedade. E o vento soprou e o vento chorou... O balanço da maré, da esperança que se renova a cada dia. Do desamparo comparado com o amparo... Das estrelas que voam pelo céu até o espaço... Havia um homem que amava matemática, ciência, arte, literatura e música. Seus sonhos não eram problemas demais... Eletricidade, álgebra e campo harmônico... Tudo em uma nota só. Todos os dias os homens morrem ao final do dia e renascem pela manhã levam consigo sonho, pesadelos, angustia segredos e amores...