Monólogo do Amor Universal

Monólogo do Amor Universal

Vislumbrei o vazio, o abismo, e perguntei-me, porque não me atirar? Degustei a idéia de ser absorvido pela escuridão, e enquanto imaginava, senti na carne as sensações de apodrecer. Mas algo, muito lúgubre em minha alma me fez despertar deste detestável desejo prazeroso de gritar "sou livre". O fato de eu já ser livre, porque escolhi encontrar o amor. Ora, não diga-me que o amor se esconde em poesias bem desenhadas, ou palavrinhas colocadas num papel em letrinhas caprichadinhas. Falo do amor de verdade, do amor sonhado, do amor conquistado, e não do amor inventado. Dizem que o amor é uma doença que consome, pobre tolo que pronuncia tais palavras, pois o amor eleva o homem de tal maneira que nos faz parecer loucos, mas o que é a loucura senão a lucidez contraria de homens igualmente loucos que se escondem nas cavernas do medo. Mas aquele que se faz de louco, puramente porque no interior de sua caverna resolveu agarrar-se a sua própria sombra, não é nada senão alguém que perdeu a capacidade de viver, e apenas existe, não é mais habitação para o amor. Mas ora que tolice a minha, falar sobre algo que se quer conheço, que se quer faço noção de como é em sua essencia mais pura. deixarei de ser um tolo, estúpido, pois falar do que não conhecemos, é deixar que saia de nossas bocas o silencio em forma de som.

Andei prestando atenção aos seres humanos, e cheguei a uma conclusão. Não há nada de novo a aprender com eles, a não ser aquilo que não devemos fazer.