Queremos guerra!

A Guerra se faz, já a paz se celebra. Basta que um agente queira e uma Guerra pode ser iniciada. A Paz, por sua vez, demanda a coordenação de esforços, atitudes e comportamentos de mais de um agente, por isso sempre é mais frágil. Compreender isso é tão essencial, mas me parece tão difícil, para a maioria de nós (inclusive para mim) que preferimos sempre fazer guerras. Preferimos as pequenas, do dia a dia, manifestas em nossa incapacidade de cessar o ouvido interno que só escuta a nós mesmos, para ouvirmos e vermos o outro a nossa frente e repararmos em sua capacidade de sorrir. Preferimos também as grandes guerras, movidas a plutônio, urânio e destruição em massa, onde já não existe o outro, mas o inimigo (contrário de amigo, palavra que deriva de amor, portanto inimigo é aquele a quem escolhemos não amar). Essa é a nossa preferência! Fazer Guerras só depende de mim (sozinho), celebrar a paz depende da capacidade humana de realizar junto, depende de darmos um novo sentido à nossa vontade, nossas ambições e nossos desejos. Talvez não devamos celebrar a Paz, mas protege-la cada dia das pequenas guerras que insistimos em começar!