Só pra você saber...

{...}Fomos embora juntos da nossa história.

Desci do carro vestindo crua e tão somente as poucas palavras faladas, sussurradas. Nenhuma rima.

Entrei em casa tirei a roupa, a sandália, a maquiagem, tirei esse cheiro Prega-No-Meu-Corpo que vem de você.

Faz frio. Venta.

Fiz chá e escrevi. Pensei. Escrevo...

Já é domingo. E em dias de domingo deveria ser proibido desfazer essa colcha de desejos que tecemos pra nós. Fio a Fio.

Você me devolveu aquele CD do Raul... Pudera, deveria ter ficado. Tão cedo o ouvirei.

Nessas histórias que acabam, está todo mundo meio fudido mesmo: de amor, de grana, das faltas, do silêncio ou daquela dorzinha de cabeça que não passa.

Então percebo que a ordem das coisas está tão anos 70, hippie... Amor-e-um-pouquinho-de-sacanagem.

Tudo-tão-meio-assim-sei-lá. Entende?

E ainda tem essa porra taquicardiando meu peito e meus olhos também.

Segura o choro. "Lágrimas não são argumentos"

Meu Deus, minhas palavras estão um pouco sufocadas. Percebe?

Buscam ar. Motivo.

Desculpe, não queria lhe fazer mal com meu jeito hipérbole, imerso, intenso. Extrema e Temperamental.

Esse meu jeito paradoxal-sensivelzinha-coração frio.

Ouço o vento bater na janela. O celular toca.

Não, agora não posso atender ninguém. Nem mesmo o vento.

Estou aqui, conversando com você através desse.

E isso é muito importante.

Pois as palavras são minha'lma, essa paz que preciso, o grito contido, o choro nascente.

Já são 01:30 da manhã. Onde você está que não aparece?

Esse foi só pra lhe contar o que fiz ao entrar em casa depois daquela nossa despedida TÃO-TE-QUERO-TANTO-MAS-DEIXO-VOCÊ-IR.

Só pra isso.

Tudo bem... Você chegou agora.

Pode ler. Foi pra você...

Você chegou.

me contenho. Sem maior alarde.

Mas tudo já me parecia tão...

Tarde.{...}

Angélica Vespúcio
Enviado por Angélica Vespúcio em 07/04/2014
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