Asas gigantes

"O poeta é feito príncipe das nuvens.

As suas asas de gigantes não o deixam caminhar".

Charles Baudelaire

Asas gigantes

Inferno vermelho no rendes-vouz da minh'alma...Introduz cicuta aos poucos...Lentamente... Veneno letal, que não extermina.

Os Pensamentos vão caminhando pelas lembranças mais obscuras nas labaredas em lavas incandescentes de pensamentos...

Acordei atento às lembranças e me coloquei a mercê delas.

São tantas...

Algozes e feiticeiras, curandeiras e meretrizes.

Dá-nos o exato teor de como somos fortes.

Estive em duas exumações... Do meu amado irmão Ray e do meu querido amigo Ademar. "Coloquei os restos mortais no ombro, para ser levado à sua cidade natal" - "Porto Alegre"!... Escutando o barulhinho dos ossos em meus ouvidos, senti-me forte feito Avestruz, mas não enfiei a cabeça na terra. Sou Girafa.

Chorei algumas semanas depois do sepultamento, saindo do estado de choque... Lágrimas gritaram que tumbas silenciosas se levantaram.

Sou tudo que minh'alma acolhe nos Pensamentos orvalhados nos temporais das lembranças...

Os amigos? Foram tantos... que perderam-se...

Outros adormeceram for ever...

Sempre procurando-os nas sarjetas e nas calçadas das esquinas, Olhando janela por janela. Só encontrei vasos de flores, às vezes Pétalas se abrindo, colorindo janelas, outras folhas ressequidas e tortas feito os caminhos espinhosos da Vida.

Meus pés cansados e minha cabeça farta de ouvir palavras ao vento, ditas pela ignorância alheia. Regurgito.

O Caminho é longo, mas parece curto e breve feito a Primavera e suas Constelações de flores.

Quero, por um instante, o silêncio de estrelas e por outros trovões em liberdade, rangendo os Céus das portas enferrujadas do meu ser dilacerado e incrédulo.

Gosto do silêncio... Mergulho em seu vácuo-vazio e volto à tona, tantas vezes, quão necessário...Por outras, prendo a respiração, dentro dele, (silêncio)!... Até perder o ar e volto a submergir, quase ressuscitar. E Ressuscitei tantas vezes que perdi as contas, de quantas vezes me Encontrei, depois de ter-me perdido.

Tenho Deus, que me coloca em Seus braços e sempre me acalanta em Momentos de "DESESPERO" e sofreguidão!... Agradeço em PRECE!...

PRECE é a sintonia com o Universo e faço parte dele em vida e morte.

Em cada perda, joguei-me do abismo sem cordas e caí ileso numa poça D'água infeliz... Deveria ter morrido... Quantas vezes morri e ainda vivo De esperança.

A Esperança é um caminho de pétalas e pedras. Tudo está ao alcance Das mãos, basta tocar o elixir do amor, que tudo abençoa e perdoa e Cura as mais profundas cicatrizes.

Escalo abismos, para escrever versos... Quando for ao encontro do Universo, não quero levar fardo nas costas feito tartarugas, mas asas Gigantes que ficarão voando sobre o mar azul da Poesia.

Tony Bahi@.

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 19/04/2014
Reeditado em 20/04/2014
Código do texto: T4775002
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