Cadê

Tenho algum problema crônico.

Um olhar biônico.

Um coração caótico,

mórbido,

que ama até demais.

Tenho saudade do meu menino, daquele que ria enquanto me olhava, que me beijava de olhos fechados - ou se não com olhinhos apertados olhando pra mim. Daquele que era meu melhor amigo, que me beijava e abraçava na frente de quem que fosse. Que me abraçava e que dançava comigo - por mais louco que fosse, que existia.

Ele me pediu pra tudo ser como antes, mas ele não faz esforço pra ser. E eu me controlo e choro escondida pra não incomodar, porque ele se incomoda com qualquer coisa.

Parece que não tem mais espaço pra mim no coração dele - mesmo que ele insista que tem, que quer ficar comigo, que quer ter uma vida ao meu lado. Eu sinto que não, que não e não. E não é algo que eu me orgulhe de sentir, bem pelo contrário, como queria eu ser bem racional e ver só tudo de bom que ele me faz. Mas falta algo, sempre falta algo, só não faltaria se ele abrisse um sorriso e voltasse a ser meu melhor amigo.

Um amor não funciona sem amizade e as vezes parece que somos dois estranhos fazendo algo parecido com amor as 8 horas da manhã.

Minhas lágrimas são doces porque você me cortou o sal.

Na rua tem sol.

São três horas e trinta e dois minutos e eu

ah, eu...

suspiro.