Estado Macio

Em que solo caminharemos? Que aves cantam por aqui? O manga-larga e o sangue-de-boi já não podem ser tão brasileiros, tão belos, já não são livres. Neste estado do algodão, das fibras que não deixam seus atletas reter o suor, pisamos em ovos, alienamos os sonhos e os gritos.

São gerais, fluminenses, arretados e cabras da peste. São ilegais. Não podem ir, não viram porém. Teclar já não podem. Pobres cabanos, os canudos não são mudos. E agora você: que tem nome, cadastro, tem conta corrente no face. Não! Afaste de mim esses calem-se!

Deitado eternamente em colchões de espuma velha, ...

Desculpe-me se o texto tem cheiro de 1964, mas tem gente que quer nos ver acreditar numa democracia sem que todos participem. Tem gente dizendo que só uns poucos devem estar no poder, refletindo. Não corre, não lute... 110, 120, 170. Será que o motor aguenta?

Carapicum
Enviado por Carapicum em 13/06/2014
Código do texto: T4842972
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