Que certeza há?

Não há certeza cabível em meus olhos

Só certeza à alma que suporta meu corpo.

Ela já viu corpos por aí

Galopando na noite gelada

Procurando o que fazer.

A quem infernizar com pesadelos

A quem ajudar a curar os medos.

E muitas vezes, levar de vez para lá.

Mas que certeza há do que se vê?

Vemos um monte de corpos apressados

Apressados para não viver?

Com medo de perder o ônibus

De chegar tarde no trabalho

Para o que o chefe não pegue no pé.

Vejo pessoas sem ser pessoas

Seres não se importando muito

Com o agora, com os minutos,

Só querem que o tempo passe

Mas não querem ficar velhos.

Impossível!

Só querem resultados

Sendo que nem conseguem acompanhar um processo.

E que certeza há no futuro deles?

Se plantam sementes, depois esquecem que tem de colher.

Sem ao menos conhecessem as suas origens.

Que certeza há nas corriqueiras agonias

Que não tão agonizantes dando só ansiedade.

Mas pra quê?

Eu já não tenho certeza.

Belly Regina
Enviado por Belly Regina em 20/06/2014
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