Tempos de hibernação
Não há mais inverno que se preze
nesta pedaço de mundo onde eu vivo.
Há sim, um friozinho mixo
que pede algum cobertor...
mas, nada daquele tempo
de ventos frios soprando...
das meias de lã esquentando
os pés congelados...
Do puro azul do céu durante o dia
que, devagar escurecia
brilhante e cheio de estrelas...
Evadiu-se aquela fragrância
que me acompanhou na infância....
arrastando-nos para as ruas
pra ouvir alegres canções
entre abraços e risos,
procurando a fogueira acesa
de outros tantos corações.
E o céu brilhante de estrelas
que, de manhã se escondiam
no azul de um céu transparente...
E as nuvens até combinavam
de sumir por um bom tempo
pra deixar o Sol abrir-se
e aquecer os nossos dias...
Tudo muito sincronizado
de acordo com a estação...
Nenhuma surpresa oculta
nos dias claros de inverno...
Sem meteorologia ou previsão
que alarmasse o pensamento
com tolo pressentimento...
Era a Lua que sempre avisava
da chuva mais do que certa...
num céu que nunca mentia
de um tempo que nunca falhava...
Sem que fosse essencial
uma notícia de jornal
pra mobilizar o mundo...
Desnecessária explicação
para nossos corpos felizes,
já em hibernação.