Inconvencional
Minhas mãos tremem, será por algum fator externo? Algo está me deixando trêmulo, mas não sei o que é.
Eu não sei pra onde correr, onde devo esconder, o que devo achar nesse turbilhão. Vou correr as ruas, vou socar os postes, vou enlouquecer pra entender qual é a lógica de tudo isso.
Quero correr dela, quero fugir, fugir ao mais longe possível onde ela não possa mais me atrair, onde seu magnetismo não tenha mais força, onde sua persuasão inconsciente não me afete e me faça me grudar e querer cada vez mais dela, devo correr para um lugar onde nada me afete, mas onde? Ela não é culpada por isso, e por isso devo correr, mas pra onde? Pra perto dele?
Não. Ele nem me nota, não sabe como o toque dele me faz derramar toda a insegurança de uma paixão platônica, ele jamais iria me ajudar, por ser ele, um dos problemas, mas e ela?
Ela me atrai com um fogo natural, algo que enlouquece-a e me desespera, algo que me deixa maluco, e que eu quero cada vez mais, mas cada vez que a desejo, cada vez que fechamos os olhos e selamos os lábios, ele me surge e me quer e trás com ele um universo paralelo onde vivemos por música. Ele me joga na fossa e me salva de lá, ela me mantém em terra queimando minha razão e motivo de pensar.
Não sei mais onde vou terminar, porque agora só me deixo levar, me levar por esse triste, complexo e degastante amor, amor sem precedentes, sem nexo, sem único, um louco amor inconvencional.