Ensai(ando)¨

Sonho de adolescente. A casa e o silêncio, e ninguém para... (o disco riscado, volta a mesma faixa).

O espaço declara o vasto excesso de um tempo em enunciado: Passado..

Deixei o som bem alto, talvez para retardar o espasmo. Da garagem, vejo do outro lado da rua o vizinho que sorrindo me grita: que música é essa Sandrinha?

É, são pessoas de outra geração, hoje, jovens senhores. Não viveram a loucura de sua época. Da expressão, não se acostumaram dar vazão a mutação libertibinosa e incerta. Talvez anestésica, vinda sob efeito de reações de quem não tem medo em expor o enfado do delírio na interrogação.

Tento responder, mas o nome da banda me foge na hora (seguir uma rotina com a adquirida deficiência, pós traumática, de um surto de quase cinco anos é o mesmo que caminhar com alguém que não cessa de praguejar. Um saco!). Ao vizinho, com um dúbio sorriso, aceno, me fazendo de entendida. Do nome da banda não me lembro, Só consigo recordar da bela Rossellini, para quem é intimo, o titulo da música evoca a isso.

Sandra Frietha
Enviado por Sandra Frietha em 03/07/2014
Reeditado em 01/02/2015
Código do texto: T4868493
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