A MORTE É A MELHOR INVENÇÃO DA VIDA

"A morte é a maior invenção da vida" (Steve Jobs)

Pelo menos no Ocidente estamos fadados a tratar a morte como uma experiência angustiante e temível. E que temos certeza de que iremos passar por ela. Ou, para aqueles que não acreditam haver mais nada depois: terminar nela. Quando alguém está perecendo em seu leito de morte sofre horrores por causa de dores associadas à angústia de partir, de se despedir do mundo. Se o ambiente estiver rodeado de gente, os que observam aumentam essa angústia, pois não conseguem fazer o que deveriam: mostrarem-se alegres, como se fosse uma alegria partir ou como se o moribundo fosse ter, com certeza, mais um dia vivo na companhia deles. Isso conforta e pode até adiar o óbito. Nada cura mais do que a alegria.

Se pensarmos que a vida é um tempo que temos para fazer tudo que sentimos que devemos, em conjunto com tudo que ao longo dos anos estabeleceremos que queremos, encararemos a morte como o fim do prazo. Atuaremos perante ela naturalmente, como fazem os outros animais. Veremos que viveremos muito mais intensamente. Não adiaremos nada. Jamais procrastinaremos. Pensaremos que não temos tempo para perder. Todo o tempo para sentir prazer. Não nos prenderemos a valores e cuidaremos muito bem de nós para que não seja por causa da saúde mal cuidada que não vamos garantir nossos feitos. A morte nesse caso age como um agente motivador.

Eu acredito que a vida é uma oportunidade única e que todos nós temos que deixar a marca da nossa passagem por ela, na forma de contribuição para os que ficarem e para as gerações futuras. Esquecer a televisão e grande parte das instituições que louvamos, entre elas acumular dinheiro ou sucesso pessoal, e que nos fazem perder tempo é crucial para mim.