Reticências
     Aquele velho banco de madeira ainda está lá. Bem a entrada do mesmo quintal. Alguns lugares pouco vão mudar. Um ar de abandono, capim alto, e o silêncio que se anuncia. Algumas coisas não mudam jamais, e conflitam com outras que são irrecuperáveis.
Fazer voltar o amor é um claro exemplo.
       Esperei-te por algum tempo, muito tempo talvez. Depois, esperei a mim mesma, pois que havia de mim partido, para tentar te alcançar, em um ponto lá no passado, onde tudo terminou. Quase me perdi. E voltar até hoje é um exercício. Faço-me acompanhada de memórias tuas.      
     E do teu hoje nada sei, mas também não faz qualquer diferença, o meu hoje se mistura e se move ligado ao teu ontem.
       É como se o ontem e o hoje já não se distinguissem, e o amanhã faltou ao calendário. Tempos incompletos e desertos...
       Dores que se moldam, transformam, sem, entretanto deixarem de doer...
       Na antes moldura do amor, hoje se delimita o vazio...
     
  Tempo que em mim deu voltas...









Roseane Namastê
Enviado por Roseane Namastê em 28/08/2014
Reeditado em 29/08/2014
Código do texto: T4940854
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