A chegada do primeiro filho...

A sensibilidade dos primeiros dias de vida, quando o choro vem quebrar o silêncio para mostrar o que há de mais intimo na alma do ser humano, quando o sopro da vida se realiza diante de nós, nos revelando ser algo assim tão frágil e tão comovente. Algo como vivenciar o que ainda não foi descrito em linhas pautadas. Seria algo como eternizar a inocência das crianças, ou o afago no sorriso e nos olhos daqueles que amam com toda a força da alma, ou simplesmente, abdicar de alguns minutos ou horas para contemplar e ser anestesiado pelas boas lembranças que são eternizadas pela memória.

Este é o momento certo para que os olhos sejam fechados e para que seja esquecido o que há do outro lado da rua. Este é um momento esplendido e único para ser vivido sem que se despreze o peso das lágrimas tristes que foram derramadas pelo caminho até chegarmos aqui, lágrimas estas que foram causadas pelos atropelos da INEXPERIÊNCIA, mas, que agora essas lágrimas, tristes, foram transformadas em expressão de felicidade.

Este é também o momento certo para fechar os olhos diante do medo de tornar-se o instrumento para a chegada de outro alguém, fecham-se os olhos para todas as dores da carne porque este momento é passageiro, eterno será somente a transformação que acontecerá na vida e no coração a partir de então.

A chegada do primeiro filho...

Abro os olhos para eternizar na memória este momento. Aqui, diante de mim, está o rostinho de alguém que acabou de chegar, florescendo para a batalha deste velho mundo...

Mística
Enviado por Mística em 14/09/2014
Código do texto: T4961547
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