CRIADO MUDO

O criado é mudo, mas nele guardamos o diário e o livro de cabeceira que guardam em silêncio nossos momentos e reflexões ou inspirações mais importantes. O criado é mudo, e assim suporta o calor e a claridade do abajur sem reclamar. Nossa maior intimidade e encontro pessoal está ali, naquele ambiente. E nele, além de nós, o criado. Mudo!

Pela sua natureza (morta) não teria como saber da sua importância. Mas ele faz parte, também, da energia transformada que envolve tudo. Quem garante que mais tarde - depois da luz que nos arrebatará, não nos transformaremos também em algo parecido?

Mudos, para não interferir, apenas observar e aprender... E, assim, assimilar - tudo que o Universo tenha a nosso favor! Preparando-nos suavemente, para a nova florada! É nessa consciência que repousa, provavelmente, a paz...

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 17/09/2014
Reeditado em 17/09/2014
Código do texto: T4965083
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