Seu dotô

Ou seu 'dotô'

Será que isso não vai ter fim, desde o tempo da escravidão, o povo vive besta assim.

Ou seu 'dotô'

Por que reclamar hoje do país, se tudo tem raiz desde quando os portugueses chegaram por aqui? ‘Nóis’ perdeu o nosso valor desde o tempo das especiarias, das conservas, dos escambos, do pau Brasil e de todos os encantos que as índias possuíam. O negro foi escravizado, e trazido para essa terra, o índio também entrou na dança e o povo sofredor se miscigenou, que com o suor trabalhador aos poucos fez o sustento do denominado Brasil.

Hoje, não podemos reclamar, sofremos com o reflexo do nosso passado, nosso país foi constituído com base na mão de obra escrava, aos poucos com toda historicidade, houve as consolidações se estagnando um padrão social que predomina até hoje, mas nossas raízes, nossa raiz cultural é de um povo sofredor, não quero dizer que nós brasileiros somos coitadinhos, não, não é isso.

O que quero debater aqui é outro assunto, quero somente mostrar que tudo que enfrentamos hoje, desde a onda de racismo, social, até os problemas econômicos, políticos, educacionais, advém de todo um contexto histórico, não somente brasileiro, mas mundial.

Desde a idade velha, até a contemporânea. Desde os portugueses, até o sistema republicano, todo contexto mundial é marcado por uma história onde os negros eram inferiorizados, eles eram escravos, possuíam as doenças eram discriminados, e hoje em pleno século XXI não é diferente. Quantas vezes vemos na mídia fatos reais acontecendo? Mas não é necessário tão somente a mídia mostrar, basta pararmos e observarmos um pouco mais o nosso cotidiano e vermos o quanto que estes são discriminados, tudo isso devido raízes passadas de toda formação social e isso não sou eu você quem vai mudar, a mente humana, infelizmente ainda é um tanto fechada, digamos assim, cheia de próprio conceitos, pré – conceitos, preconceitos, formações individuais, próprias morais, costumes, tabus e tantos outros fatores, mas se entendermos que devemos fazer a nossa parte e fazer o nosso mínimo para a mudança que queremos, já é algo a melhorar.

Reclamamos das divisões de classes sociais, reclamamos da economia, reclamamos da política, pregamos e não fazemos, a sociedade é hipócrita, repito: A SOCIEDADE, OU MELHOR, NÓS SERES HUMANOS SOMOS HIPÓCRITAS! Voltando para o contexto histórico mundial, tivemos todo cenário de escravização, guerras e mais guerras, todos nós conhecemos uma classe social dessa época que trazem reflexos até hoje, a burguesia. Foi a burguesia que criou seu próprio estamento, sua própria classe, quando começou a se privatizar erguendo muros sendo os chamados burgos e através da mão de obra, manufaturada, começou a fazer produtos artesanais e entre outros, onde quem morava no burgo eram os burgueses e quem destruiu a burguesia? Os próprios burgueses uma vez que o mundo foi desenvolvendo, um tanto óbvio que isso iria acontecer, sendo necessário mais pessoas para trabalhar e atender a grande massa social.

E o que isso tem haver com a hipocrisia ou algo do tipo? Ora, ora! Vejo pessoas gritando, falando que quem elege a política em nosso país é a classe ‘pobre’ que não possui conhecimento acerca do fato! Errado! Sou totalmente contrária a tal colocação, pois todos nós sabemos que quem tem o ‘conhecimento’ é quem elege a corrupção, a grande massa é essa tal nova ‘classe média’ que é possuidora do conhecimento, mas tapa os olhos, os ouvidos, porque atinge de certa forma, a mão que acolhe é também a mão que bate, a voz que grita é também a voz que cala. Não temos saúde, esporte, lazer, moradia ou educação ou até mesmo trabalho e tantos outros benefícios que a bela e tão famosa constituição Federal em alguns de seus artigos e incisos prevê, se estagnou e a corrupção ganhou voz para falar mais alto, não precisamos tão somente de um reforma política ou no sistema judiciário do cenário brasileiro, porque se for assim, precisamos de um novo Brasil e creio que eu só voltando no tempo.

A sociedade tem que parar e analisar o que está realmente acontecendo e perceber que somos nós quem destruímos nosso país a própria sociedade, com o pensamento idiota de aristocracia enraizado com o tão conhecido burguês. Reclamamos do judiciário e de todo sistema carcerário do país, mas somos nós os primeiros corruptos desde o pequeno ato de mentira até o maior, desde daquela blitz que pedimos ao ‘seu guarda’ para esperar um pouco até alguém trazer a CNH que o senhor motorista esqueceu, até aquele lá que desvia milhões, ou isso não já seria um pontapé para corrupção?...Ou você quer me dizer que, aquele maior traficante do morro tem porte de viajar para o estrangeiro, ministrar outras línguas, vender e negociar drogas dentro e fora do Brasil sozinho? Será que ele tem suporte para isso tudo? Ora, ora! Ele é apenas um pequeno, que se torna grande, porque tem forças maiores sustentando-o, afinal por que a polícia não o prende? Por que o judiciário não corre atrás?

Porque meu amigo ou minha amiga, para primeiramente pegar esse ‘grande’ que para mim é um pequeno traficante, tem que ser pego todos que o sustentam e aí vem uma gangue pesada e sabe quem entra na história agora? O seu dôtor! O seu dôtor do início desse dialeto, o seu dôtor e seus amigos, irão ser ‘discubertos’, mas seu dôtor tem poder, seu dôtor administra tudo isso e ainda sai por herói e o país continua na merda e a sociedade, aplaude!

Taísla Alves

Taísla
Enviado por Taísla em 24/09/2014
Reeditado em 24/09/2014
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