Um sonho.

Um homem vagava no escuro, o chão de pedra parecia molhado e liso. Sua respiração criava fumaça, mas logo, no final da sala, por uma pequena porta que conseguiu abrir e atravessar ao se abaixar, entrou em uma iluminada sala de mármore branco. No centro, havia um grande espelho adornado de ouro, que ia até o teto, e deixava apenas passagens estreitas para o outro lado da sala. Examinando o espelho, não enxergava sua aparência, parecia disforme, não possuía rosto, não possuía traços algum. Por fim, não era nem mesmo um homem. Mas reconhecia que era a sua imagem. Ao tentar dar a volta do espelho, percebeu que ele girava consigo, e não importasse para que direção corresse, o espelho continuaria a lhe encarar. Logo sua imagem se tornou obscura. Mostrou seus pesadelos. Seu reflexo saiu do espelho e ficou ao seu lado. Mais um de si o acompanhou, e cada vez que uma imagem de si mesmo saia do espelho, ele se tornava menor, até que a sala se encheu com a sua própria imagem, e o espelho mirrou. Perguntavam uns aos outros seus nomes. Sanidade, Confiança, Respeito, Medo, Vontade, Ira, Compaixão, Orgulho. Até que se viraram para o primeiro indivíduo que ainda estava confuso no centro da sala e perguntaram seu nome. Gaguejou e sua voz não saiu. Confiança lhe atacou. Medo se juntou a ela. Ira atacou a Sanidade, Vontade tentou se esconder em um canto da sala, e Compaixão tentava loucamente abrir a porta para sair da sala, enquanto Respeito e Orgulho discutiam violentamente o que fazer.

Andarilho da Existência
Enviado por Andarilho da Existência em 29/09/2014
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