Sobre noites desprentesiosas

Disse – me, sem delongas, que se acaso eu quisesse amar realmente, deveria me atentar aos abismos. Desses que moram em nós e não conhecemos muito bem a profundidade. Esgueiram – se pelas vielas dos encontros, atando nós, impregnando espaços ainda por preencher de caos e incertezas.

Disse – me, que deveria enxergar e ouvir as entrelinhas, o invisível, que permeia toda e qualquer palavra ou gesto. Não é palpável, mas é latente e significativo. É onde se encontra o real e sincero amor de si e do\a outro\a. Para alçar – se a essas entrelinhas é preciso ter leveza e leais intenções de amar, ser amado\a e perdoar.

Como uma canção que se acaba, mas que nunca se para de ouvir, foi – se embora. Deixou – me por entre os ventos leves e constantes daquela noite imponente, por entre promessas de chuva, vozes, luzes, pressa, hora marcada e caminhantes de corações desajeitados.

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