" O que perturba sua casa, herda o vento..."

" As vezes a boa intenção de salvar nos faz crer inconscientemente que somos salvadores, e, sem desconfiar das boas intenções que temos, acabamos desconhecendo a real face daquilo que almejamos; destruímos o que queremos salvar, nos tornamos fanáticos pela salvação, cegos pelos próprios desejos, e o que resta é o nada...

Muitas vezes no desconhecer dos nossos limites, da nossa condição, não fazemos idéia do que se mostra ser toda esta nossa boa vontade para com alguém (para com algo), e, lhe digo: se víssemos ao seco o que desejamos, nos desconheceríamos em primeiro momento, e, após, ou nos veríamos de outra maneira bem diferente, ou nos perderíamos de nossa própria imagem para sempre...

Nos ver a seco perturba, por isto nos camuflamos tanto, mesmo que inconscientemente, em palavras, roupas, desejos, moralismos, e até religião... Mas, por sinal, é necessário, pois o desconhecimento é um buraco ainda maior.

Diz bem aqui, e não sou religioso:

" O que perturba sua casa, herda o vento, e o néscio será escravo do sábio..." (Salomão, livro dos provérbios).