Eu penso demais...

O vento frio bateu minha porta...

E nele velhas palavras e pensamentos foram trazidos de volta

Sentimentos que a muito haviam sido perdidos no frio

Aquele velho sonho que tivemos juntos...

Onde foi parar?

Onde se perderam aqueles momentos que me foram eternos?

Onde eu mudei meu destino?

É hilário como certas coisas derivam para o abismo

Como a cada passo mais e mais estamos a beira do colapso

Como o tempo corre por suas mãos e apenas pedaços sem forma sobram entre os dedos

A noite passada me imaginei morto

Um tiro...sangue...

Isso aplacaria o vazio?

E então em todos esses meus dias malditos o torpor me salva dessas lembranças

Uma forma medíocre que encontrei de não pensar, de não me importar, de evitar a dor

Mas um dia ela virá...e irá tomar meu corpo fazendo-o contorcesse de agonia

Tremendo, como um velho senil e débil, atormentado até os ossos por fantasmas de um passado interrompido

E dentro da garganta o grito é guardado, escondido

Ele não pode sair, é mudo, sem forma

Quando a força vence a insanidade, um demônio se solta em sua voz e derruba tudo a sua volta

As lágrimas sem querer rolam por seu rosto...até que sua voz se acaba...

E a sensação de suas cordas vocais se rasgando torna-se o maior prazer desse mundo infernal no qual você

se aprisionou...

Eu sei o que é isso...

Sat
Enviado por Sat em 25/11/2014
Código do texto: T5048513
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