Eu penso demais...
O vento frio bateu minha porta...
E nele velhas palavras e pensamentos foram trazidos de volta
Sentimentos que a muito haviam sido perdidos no frio
Aquele velho sonho que tivemos juntos...
Onde foi parar?
Onde se perderam aqueles momentos que me foram eternos?
Onde eu mudei meu destino?
É hilário como certas coisas derivam para o abismo
Como a cada passo mais e mais estamos a beira do colapso
Como o tempo corre por suas mãos e apenas pedaços sem forma sobram entre os dedos
A noite passada me imaginei morto
Um tiro...sangue...
Isso aplacaria o vazio?
E então em todos esses meus dias malditos o torpor me salva dessas lembranças
Uma forma medíocre que encontrei de não pensar, de não me importar, de evitar a dor
Mas um dia ela virá...e irá tomar meu corpo fazendo-o contorcesse de agonia
Tremendo, como um velho senil e débil, atormentado até os ossos por fantasmas de um passado interrompido
E dentro da garganta o grito é guardado, escondido
Ele não pode sair, é mudo, sem forma
Quando a força vence a insanidade, um demônio se solta em sua voz e derruba tudo a sua volta
As lágrimas sem querer rolam por seu rosto...até que sua voz se acaba...
E a sensação de suas cordas vocais se rasgando torna-se o maior prazer desse mundo infernal no qual você
se aprisionou...
Eu sei o que é isso...