Amor

Escutei hoje, em uma conversa, que aquele que verdadeiramente ama, se perde no amor aos outros. Pode até parecer provocação, mas eu ouso discordar, e entendo diferentemente, que aquele que verdadeiramente ama, se encontra no amor aos outros, se descobre enquanto ama os outros, se reforma pelo amor aos outros, se compromete pelo respeito aos outros, não importando necessariamente se estes outros reconheçam ou correspondam.

Para este que escreve, o amor é uma doação, não o faço por reconhecimento ou por troca. O amor é, assim, uma via de mão única, eu amo e pronto. É claro que um amor correspondido é muito mais gostoso, mas quem disse que o amor puro, verdadeiro e universal necessita ser gostoso. Eu amo, e me dou neste amor, entretanto, na mesma proporção de minha doação, me encontro neste mesmo amor, me vejo em cada irmão, buscando sentir aquilo que o irmão sente. Eu nunca falei que amar era fácil, amar é complicado, necessita decisão, vontade, comprometimento, doação, e muito respeito pelo outro. Caminho por vias tortuosas e me esforço em sua construção, mas de nada adianta se não estiver disposto a me reconstruir, a me destruir quantas vezes necessário for, caso contrário apenas brinco de amar. Talvez esteja ainda engatinhando no amar de verdade, mas pelo menos tento, e só o tempo pode confirmar se estou caminhando em alguma direção coerente, e não interessa o que eu pense ou acredite, apenas minhas obras e meu real comportamento podem mostrar se estou aprendendo ou não a amar.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 03/12/2014
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