Cosmos
Sombras de estrelas antigas
Amarguradas, doentias
O brilho infernal de algo que não pode ser nomeado,
Em meio ao caos perpetrado por uma ganância sem limites
Algo que sopra dos confins de um espaço atemporal
O grito de milhões e milhões de almas congeladas entre os portões de um abismo espectral de loucuras
Já eu, vagando por essa dimensão sem forma, me deparo com verdades inquestionáveis
Enquanto admiro o voo do pássaro em direção ao nada
Um colapso mental de insanidades e mentiras que me leva a pensar até que ponto tudo é real
O que é real?
A busca mesquinha pelo sol
Por ter os olhos queimados por esse astro rei
Magnânimo em sua condição central
Regente de uma galáxia de corrupção monolítica e cósmica
Centrado no coração de um universo falso e sem propósito
E agora adormecido nesse vale de sonhos mortos e excremento
Me pergunto se algo maior pode existir ou ter existido
E, se em algum momento, tal ser elemental repensou nossa existência
Tal entidade colossal percebe o erro que cometeu?
Tal ser demoníaco em sua inteligência egoísta
Sequer repensou o ultraje que cometeria contra si mesmo?