E de repente ... a Ribeira
De repente me encontro no meio da Rua Chile em plena noite de domingo, noite de circuito na velha bendita e mal falada Ribeira cosmopolita.
Vários sons se propagam no ar: Pop, Rock, Reggae, Rap, e junto com os sons, fumaças se dissipam. Posso vê-las contra às luzes coloridas e piscantes, enquanto a massa se amassa dentro de um caldeirão fervente onde misturam-se corpos e línguas em pecados picantes proibidos.
Mas, o que houve aos Canguleiros e Xarias ou a todos os Potiguares?
Deixaram de lado sua identidade, apagando do mapa cultural a velha Ribeira?
O teatro, o museu, o café, os remos, o buraco, o consulado, o gira, os bordéis, o armazém, do sol, wonder bar, o 29, o ateliê, o porto, a casa de Ferreira e a da própria Ribeira.
Penso enquanto o som ainda flui. Acaba o circuito e volto para casa.
Amanhã já terei esquecido de minha reflexão introspectiva da cultura natalense.
Por isso, escrevo.