A superstição do Ano Novo

Como minha mãe dizia: "Eu não sou todo mundo". Fim de ano chegando é tempo dos agradecimentos, pedidos e dos discutíveis 'propósitos para o ano novo', além disso a virada de ano é recheada de todas as suas superstições e simpatias que todos amam e eu simplesmente odeio como pular 7 ondas, passar a virada com dinheiro no bolso, comer romãs, lentilhas, cachos de uvas e é claro vestir-se de amarelo, branco, vermelho, roxo... Peço desde já desculpas aos que acreditam nestas bobagens, mas se fosse tão simples assim conseguir sucesso, saúde, felicidade, amor bastaria me vestir de palhaço (roupas coloridas) na noite do dia 31 e esperar

sentado tudo cair do céu... “Superstição” é o nome de algo que pode ser definido como uma crença um relações espúrias de causa e efeito: acreditar, por exemplo, que bater na madeira afasta infortúnios, ou que usar uma determinada cor de cueca (ou calcinha) causa prosperidade. Em seu artigo clássico “Superstição no Pombo”, o psicólogo Skinner descreve como um pombo pode ser “convencido” de que certo comportamento faz aparecer comida, mesmo se a apresentação do alimento fosse automática, aleatória e não tivesse nada a ver com a movimentação do animal na gaiola. “O pássaro se comporta como se houvesse uma relação causal entre seu comportamento e a apresentação de comida. Imagino que quase todo mundo acabe participando de uma superstição qualquer de ano novo,seja por convicção pessoal ou a pressão de amigos e família (como é o meu caso), mas será que as pessoas já pararam para pensar como isso é ridículo? As pessoas agem como pombos em uma gaiola e quando você questiona o motivo destas insanidades elas simplesmente te respondem: 'Mas é a tradição'. Até onde deixamos as superstições tomarem conta do que há de real em nós? Será a vida mais uma ilusão, suportada apenas por nossas crenças sem propósito? Será o Reveillón mais uma mostra da nossa insanidade coletiva? Ou será que eu fiquei maluco?

Luiz Henrique Santos
Enviado por Luiz Henrique Santos em 30/12/2014
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