Desumano

Eu me lembro, como se as estrelas conspirassem para que nunca me esquecesse, mantendo esta lembrança escrita em sangue dourado, bordada em renda humana, conectada em sinapses mentais, e iluminada ao fogo da meia noite, a certeza de que estou longe de ser o que deveria ser, onde uma tormenta mental espreita preguiçosamente aguardando apenas cada momento presente para me fazer eternamente recordar do que não consigo esquecer: que sou um fraco, um conivente com o que aqui está, um irresponsável, um insensível, um descompromissado, e um desumano.
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 12/02/2015
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