Papel de gaveta

Quando espero por um momento de normalidade total, sem perguntas de cunho desconfiado, sem expectativas de algo ou alguém , querer me ver sorrindo , aquele sorriso sempre amarelo, de quem não esta feliz com a vida , é nesse momento que eu choro. Quando ninguém esta em casa, eu me sinto em casa, posso sentir pena de mim mesmo sem ninguém me pedindo para ser legal , ou gentil com o dia lá fora ,quando há outras vozes nos cômodos o lugar não é meu e nem sou bem vindo, tenho que trazer comigo aquele ar sufocante de gente falsa, compactuar com uma atmosfera hostil , ser bonzinho com cara de retardado, isso não faz de mim uma pessoa saudável, acho que ser saudável é você ser aquilo que tu és realmente, aquele que estoura espinhas frente ao espelho, ou aquela pessoa que gosta de fazer o bem ou o mal , todos tem o direito de parecerem com aquilo que são de fato, por que eu não?, por que eu tenho de ser feliz para quem me olha? não intendo essas coisas, parece que as pessoas gostam de torturar os solitários, os infelizes que existem por ai , e tem muitos como eu , cada um em sua forma , cada um moldado por suas famílias e amigos que , de certa forma engessam um sorriso falso e descarado em seus rostos, os fazendo chorar as lamurias , mas os impedindo de mostra-las num belo sorriso de gente feliz e contente, isso não faz sentido para mim, existe a famosa e velha conhecida frase " cuida da sua vida que eu cuido da minha " mas e dai?, isso não entra no entendimento de certas pessoas, se tornaram apenas letras , miseráveis letras, e as pessoas se tornaram donas umas das outras, querem secar suas lágrimas, tirar suas meias , encher a sua cara de cachaça e depois te levantar do vaso, querem ver seu amor escrito em tudo que elas podem ler, para sanar a falta que há dentro delas , pois são pessoas rasas de sentimento, que gostam de cavar no fundo de gente como eu, e tantas outras mundo a fora que escrevem paralelamente, textos como este e tantos outros que são apagados.