Crônica Dominical

Hoje é um domingo ensolarado, pelo menos é o que minha mãe me disse.

Até sinto o calor típico de um dia do mês de fevereiro, odeio carnaval apesar de ter nascido no mês em que se comemora.

Mas isto não importa, apesar de sentir o calor não é o que enxergo além da minha janela.

Eu apenas enxergo uma paisagem cinzenta e nublada, será que é minha visão pregando uma peça?

Deitado em minha cama, vários pensamentos aleatórios sobrevém à minha cabeça. São pensamentos que minha mãe classifica como ‘minhocas’ na cabeça.

O dia de hoje é perfeito para os passeios em família, para os namorados se verem, para as crianças brincarem na rua ou na praia (no caso de alguém que more em cidade litorânea), passear num parque, enfim, muitas alternativas.

Entretanto, meus sentidos não me permitem que faça estes programas triviais. Minha visão está obscurecida.

Sinto o calor dos raios de sol, mas não consigo enxerga-lo.

Deparei-me e estava com cordas ao redor de minha cama, estão muito apertadas. Meus sentidos apenas captam as sensações típicas de um dia nublado: O ambiente frio, ventania e o pressentimento de chuva.

Mais uma vez, minha mãe veio na porta de meu quarto pedindo para que eu saia e aproveite este dia tão bonito e ensolarado.

Pena que ela não perceba que as lentes de meus olhos são diferentes das dela.

Roberto Panoff
Enviado por Roberto Panoff em 22/02/2015
Reeditado em 22/02/2015
Código do texto: T5146327
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