Lua
Escorria pelas mãos da vitima o sangue do agressor
E nesse mundo vazio no qual ela foi condenada nada fazia sentido
Culpou-se o inocente
E nossa sociedade hipócrita mais uma vez pode dormir em paz
Às portas desse inferno na terra cai uma chuva de insultos
E a noite que nunca chegou ao fim contemplou tais atos
As letras de antigos preceitos foram derretidas
E jogadas ao chão como folhas velhas elas secaram
Não se sabe quando começou ou terá um fim
Essa existência regrada a ganâncias corpóreas fugazes
Em meio a um turbilhão de malditas benevolências
Então dia após dia pregamos um novo cristo
Nessa cruz de mentiras e inverdades que contamos a nós mesmos
Máscaras do pecado que dizemos ser "algo normal"
Gritos de almas envolvidas no paraíso foram ouvidos
Seus lamentos trago a tona em forma de música
E quando este dia chegar ao fim para junto deles irei
A corda já queimando o pescoço
A falta massiva do ar podre
O sentimento de incapacidade enquanto o corpo se contorce
O suspiro...