O fim.

Um dia deitada em minha cama, me peguei refletindo sobre amizade. Qual verdadeiro sentido? Amigos são eternos? São fiéis? Enfim, foram tantos questionamentos, tantas dúvidas que naquele momento eu desacreditei que talvez existissem bons amigos. Acredito que a vida nos oferece diversas surpresas, algumas inesperadas, momentos de alegrias, tristezas, angústias, mas para cada lágrima, é necessário que o fim se devolva com um sorriso. A principio foi assim, uma lágrima, aquela angústia que não sabia de onde poderia estar vindo. Dias longos, dias tensos, eu acreditava que uma única amizade seria suficiente para sorrir, para desabafar, para chorar, para cantar, para ir pra balada, sei lá, para fazer qualquer coisa, mesmo que fosse para não fazer nada, achava que apenas aquela amizade bastaria. E foi assim, durante alguns anos, a sensação de que eu tinha a melhor amizade do mundo, a sensação de que realmente o para sempre existia, aquela coisa eterna. E foram assim durante alguns anos, distanciamento de alguns amigos, discussões, defesas desnecessárias e fofocas destruidoras.

Eu questionei muito, talvez por não querer abrir os olhos, ou por procurar entender toda hora os motivos e as “coisas estranhas” que acontecem em nossa vida. E foi assim, eu aprendi que a nossa vida não é necessariamente surpreendente, mas que as pessoas são as protagonistas das surpresas que ela nos reserva. Eu disse que para cada lágrima o fim é retribuído com um sorriso. Acho esta colocação muito viável para o contexto da vida, mas prefiro definir de outra maneira. Hoje eu não posso dizer que é o fim, porque eu não sei quando é o fim. Hoje eu posso dizer que a vida que tenho é maravilhosa, eu dizia a principio que uma amizade me trouxe uma lágrima, agora posso retribuir com muitos sorrisos, porque mesmo que o para sempre nem a eternidade não existam, eu vou levar meus amigos de hoje até onde, eu não sei definir, mas sei que será até o fim.