Outonos transitórios

Ultimamente, me percebo calado. E quanto mais leio, mais me calo.

Momentos de profundas cirurgias... intelectuais, culturais e, até, espirituais.

À medida de uma reconstrução, é inevitável a sujeira e desordem dos escombros, dos murais derrubados, das paredes de concreto espesso agora em pedaços pelo chão; recolocação de lâmpadas novas nos postes velhos e até novos postes para cantos mal iluminados.

Caminhadas noturnas eram raras pela falta de iluminação, que propiciava somente o furto mental dos agentes mortais da ignorância.

Mas, à cada página virada, clicada, vasculhada, é como um bloco de composição do novo edifício; outrora opaco e desapercebido nas avenidas do cotidiano.

Acabo de entrar no outono, mas já não vejo a hora de vislumbrar a próxima primavera do ponto de vista de cada andar.

Regis Rodrigues
Enviado por Regis Rodrigues em 14/04/2015
Reeditado em 17/06/2015
Código do texto: T5206615
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